sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Taurina

Sim, Taurina!! Aquela substancia encontrada no Red Bull? Essa mesmo! O que ela tem a ver com diabetes?? Ficou intrigado? Eu também fiquei a primeira vez que ouvi falar nisso. Vou tentar explicar brevemente essa relação nesse post. Mas atenção: não estou dizendo que Red Bull é bom. Os energéticos possuem muitas substancias numa combinação do mal! A taurina é apenas uma substância adicionada a eles.

A taurina (2-aminoethanesulfonic acid), mostrada acima, é um aminoácido que é obtido pelo corpo de duas formas. Em pessoas normais, é obtida a partir da oxidação da cisteína. A outra forma é pela dieta.

Mas pra que ela serve? Há alguns estudos dizendo que ela pode ser utilizada como tratamento de diabetes. Nas pessoas diabéticas e obesas a produção de taurina pelo corpo é deficiente. Muitos estudos mostram a suplementação de taurina como possível tratamento.

A taurina está envolvida na homeostase da glicose, sendo responsável por mandá-las para dentro dos músculos, assim como a insulina. Por isso ela está nos energéticos (mais glicose no músculo, há maior produção de energia para o desempenho) e pode ser usada para controlar a glicose do diabético. Ela também pode ser útil para o tratamento da resistência à insulina. Esses mecanismos estão sendo intensamente estudados, porém ainda não se sabe ao certo como ocorrem.

Há estudos que dizem ser possível curar a obesidade por meio da taurina. É dito, também, que a taurina tem propriedades de induzir a queima da gordura (a utilização dos ácidos graxos livres ao invés de seu armazenamento). A obesidade criaria um ciclo vicioso que sem a taurina continuaria aumentando a obesidade. A suplementação de taurina na dieta poderia interromper esse ciclo.

O tecido adiposo branco produz a enzima cisteína dioxigenase (CDO). Essa enzima é responsável por oxigenar a cisteína, começando o processo que irá a transformar em taurina. Se o paciente começa a ficar obeso, seja por dieta rica em gordura ou por obesidade genética, e os adipócitos aumentam drasticamente de tamanho, o tecido adiposo vai perdendo a capacidade de sintetizar CDO. Dessa forma haverá menos taurina, e com isso menos consumo de ácidos graxos livres. E desse modo esse ciclo é retroalimentado e só piora, e teoricamente só pode ser interrompido com suplemento de taurina, que seria a cura para a obesidade. Esse ciclo proposto pelo estudo está abaixo:

Mais uma vez vale lembrar que são apenas estudos e não devem ser considerados como verdade absoluta. A maioria dos estudos foram feitos com ratos. Existem muitos poucos testes clínicos com humanos. O único que achei referência há humanos, foi um que dizia que suplemento de 3g de taurina diárias durante 7 semanas foi suficiente para prevenir obesidade. Porem esse estudo não teve um controle muito grande das influencias externas. Também existem estudos que dizem que suplemento correto de taurina na fase de amamentação poderia prevenir que a diabetes fosse desenvolvida na fase adulta (leite materno com deficiência em taurina levaria a diabetes futura). Porém esse é um estudo muito controverso, por isso prefiro não entrar muito no assunto. É interessante que vocês pesquisem e decidam por si no que acreditar.

Em vegetarianos, os níveis de taurina são muito baixos. A taurina é obtida em carnes (pouca quantidade) e principalmente frutos do mar (não se por que frutos, visto que são animais, mais tudo bem). O estudo relaciona (o do ciclo vicioso) a maior ocorrência de obesidade na sociedade ocidental em relação à oriental por ela (ocidental) tem uma dieta com muita carne e poucos frutos do mar. A carne apesar de ter taurina tem muita gordura, o que não ajuda no processo. Só para comparação, 100g de carne possuem 49mg de taurina; enquanto a mesma quantidade de salmão possui 130mg e de ostras 396mg de taurina. Por isso a melhor alimentação é aquela rica em peixes e frutos do mar, que apesar disso tudo, ainda são ricos em Omega-3 e Omega-6; que não é produzido no corpo, porém muito importante para a saúde (necessitam ser adquiridos pela dieta).

Enfim, acabei me prolongando demais. Mais essa é a idéia. É só uma curiosidade para mostrar uma coisa nova que está sendo estudada. Quem sabe no futuro próximo isso venha a ser empregado como tratamento. Aquele abraço.

Dieta Ideal

Galera, eu prometo que esse post vai ser bem breve!!! É mais uma orientação prática da alimentação. Sem criticas, mais a coisa mais comum que se ouve é: você deve ter uma dieta balanceada. Perfeito!!! Mas o que é a tal dieta balanceada para o seu organismo único??!! É isso que ninguém fala. Eu achei muito interessante um estudo Canadense que mostra as quantidades ideais para as refeições baseadas na mão da pessoa. Por isso ela é ideal pois varia de acordo com cada pessoa, e tem-se a referencia a todo momento. Ai vai a imagem:

Para suas refeições coma uma quantidade equivalente a um punho de grãos e mais um punho de amidos (ficou um pouco confuso na figura). E sempre na sobremesa coma frutas também com o tamanho do seu punho. O resto é bem auto explicativo. Bem, por enquanto é isso!!

P.S.: para quem se preocupa com isso, as fontes (referências bibliográficas) dos meus posts estão nos comentários.

Creio que ainda não foi falado da via de sinalização da insulina, por isso vou falar dela agora, visto que a considero importante para entender o processo de captação da glicose pelo corpo. Também será relacionado fatores que interferem nessa captação da glicose.

Como já foi dito, ingestão de glicose vai estimular a liberação de insulina pelo pâncreas. A insulina irá se ligar ao receptor de insulina (IR). Após isso, o IR irá sofrer fosforilação ficando ativado. Ele ativado, irá induzir a fosforilação de seus substratos (IRS-1 e IRS-2). O IRS fosforilado cria um sítio de ligação para a fosfatidinositol 3-quinase (PI3q), dessa forma a PI3q vai se ligar ao IRS ficando ativada. Sua ativação vai aumentar a taxa de fosforilação da proteína quinase B (Akt). A Akt fosforilada vai induzir a translocação das microvesículas com GLUT 4 para a membrana da célula, permitindo a entrada de glicose por difusão facilitada. O processo esta mostrado abaixo:


Existe, portanto, outra via que também é útil para colocar a glicose para dentro das Células, mais especificamente nos músculos. Essa via é induzida pelo exercício. Quando o músculo realiza esforço, ele vai consumir sua energia disponível, diminuindo a quantidade de ATP disponível e aumentando a de AMP. Quando isso acontece o aumento da concentração de AMP vai induzir a ativação da proteína quinase AMP ativado (AMPK). Essa proteína vai ser fosforilada pela AMPK quinase (AMPKK).

O AMPK também vai induzir a translocação de GLUT 4 para a membrana da célula. Deste modo a glicose vai poder entrar para ser quebrada. Outra ação do AMPK é inibir a ação da ACC, enzima necessária para começar a síntese de ácidos graxos; por isso eles serão usados para obtenção de energia e não armazenados. Isso mostra a importância dos exercícios físicos. As duas vias independentes são mostradas abaixo

Estudos tem mostrado que atletas que praticam exercícios com muita freqüência possuem o nível de insulina plasmática menos que o de pessoas normais, porem são perfeitamente saudáveis e com os níveis de glicose normais. Isso ocorre porque o uso constante dessa segunda via diminui a necessidade de uso da primeira. Por isso o pâncreas pode se dar ao luxo de produzir menos insulina, desta forma ele tem menos perigo de se sobrecarregar e levar a morte das células produtoras de insulina.

Por mais é isso galera, espero que tenham gostado do meu post.

Perfis e Fatores de Risco

Para todos vocês que se preocupam (e deveriam mesmo) com a saúde aqui vão algumas dicas de fatores que devemos observar e que podem gerar alto risco para a diabetes (não só para ela mas principalmente). Alguns já foram comentados anteriormente, mas o reforço nunca é demais.

Hipertensão: representa seríssimo risco para o diabético, para todos na verdade, mas quando juntamos diabetes com hipertensão os resultados são catastróficos! Para se ter uma ideia: cada aumento da pressão arterial sistólica de mais ou menos 20mmHg pode dobrar a incidência de eventos cardíacos no diabético(cada aumento de 10mmHg da pressão diastólica também tem o mesmo efeito).

Excesso de peso: a obesidade também é outro importante fator de risco para a diabetes. Estudos indicam que o excesso de peso chega a triplicar as chances da pessoa desenvolver diabetes. Isso porque o acumulo de gordura principalmente abdominal (ou seja, cuidado com a barriguinha!!) que também pode ser chamada de gordura visceral, resulta em uma diminuição nos receptores de insulina, isso gera uma resistência à insulina que caracteriza o quadro da diabetes melito tipo 2.

Antecedente familiar: como já citado antes a diabetes é uma doença com grande relação genéetica, pois para que ocorre depende de uma suscetibilidade genética do indivíduo combinada com fatores externos. Sendo assim, é muito importante para todos aqueles que tem parentes com diabetes ficarem ligadões quanto aos perfis e fatores de risco, além de se preocupar mais com exames de rotina etc.

Colesterol alto, tabagismo, etilismo e sedentarismo são outros fatores de risco que são muito relacionaos com a diabetes. Não só aumentando as chances de se ter a diabetes mas também piorando muito a vida de quem já tem diabetes.

Se você está dentro desse perfil (possui alguma dessas características), você está dentro de uma zona muito perigosa e é bom pensar em algumas estrátegias interessantes para evitar o pior. Fazer exercícios com frequência, ter uma dieta balanceada, parar de fumar, fazer testes por prevenção...entre muitos outros esforços relativamente pequenos de nossa parte podem fazer toda a diferença. Você pode não saber e pode ter pré-diabetes, por exemplo! Portanto, muito cuidado com a saúde, pessoal!

E aqui vai um video que eu achei bem legal e que resume muito do que já foi falado aqui de forma clara e simples:

http://www.youtube.com/watch?v=TifN6-hrPHo

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

tratamentos para Diabetes Mellitus do tipo 1



Esse tipo de Diabetes acomete principalmente crianças.
Por isso, o tratamento dela, no tocante à dieta que deve ser seguida, precisa priorizar algo saudável e equilibrado, com o fornecimento dos nutrientes necessários ao desenvolvimento normal do indivíduo. A restrição alimentar deve ser principalmente sobre os açúcares refinados de rápida absorção.
Esses pacientes também necessitam de atividade física, para promoção do bem-estar físico e mental deles. Ela facilita a entrada de glicose na célula muscular (efeito da AMPK).
No entanto, devemos ter em mente que o exercício físico não substitui insulina, ou seja, se um paciente diabético está com seu nível glicêmico elevado, não adianta fazê-lo praticar atividade física, pois, sem a devida insulinização, sua glicemia subirá ainda mais.
O exercício físico pode aumentar a incidência de hipoglicemia sem sintomas clínicos, porque há indícios de que a liberação de cortisol durante o exercício físico bloqueia a resposta neuroendócrina à hipoglicemia.
Insulinização
Insulina NPH
É sintetizada a partir da insulina regular combinada à protamina. Essa mistura, quando aplicada no tecido subcutâneo é absorvida vagarosamente.
Ela pode causar alguns probleminhas como o “fenômeno do alvorecer”: o pico de ação da insulina NPH ocorre até seis horas depois da aplicação. Portanto, a dose da tarde pode levar a uma hipoglicemia durante a madrugada. Em resposta a isso, o organismo, estimulado pelo glucagon, produz glicose no fígado (por gliconeogênese e glicogenólise) levando a uma hiperglicemia matutina.
É a única insulina basal disponibilizada pelo SUS.
Análogos de insulina de ação longa
Glargina
Alterações em suas cadeias fazem com que ela seja menos solúvel no pH fisiológico do tecido cutâneo. O resultado é uma dissolução vagarosa que libera a insulina numa velocidade constante durante 24h, semelhante à insulina basal produzida no organismo de não-diabéticos.
Detemir
Tem efeitos semelhantes à insulina NPH quando administrada em doses maiores, mas com menos risco de hipoglicemia e de ganho de peso.
Na fase inicial da DM 2, ainda há reserva pancreática para produção de insulina. Há portanto, menor necessidade de insulinazação. Na verdade, há um aumento da necessidade da insulina, pois os hormônios sexuais (não bem regulados nessa fase) são contra-reguladores e antagonistas da ação dela. Passada a puberdade, acontece um declínio da dose.

Resposta - Bio Bio Show

Então, hoje terminamos de assistir a apresentação do grupo de neurotransmissores e fomos escolhidos para participar do Bio Bio Show respondendo duas perguntas:

1) Qual a diferença da liberação fásica e tônica da dopamina e qual delas é útil no tratamento do vício?

Resposta: A liberação fásica da dopamina ocorre com estímulos relacionados ao comportamento, principalmente, e é bem caracterizada pelas altas concentrações do neurotransmissor que ativa o neurônio pós-sináptico e fica pouco tempo na fenda sináptica, pois logo é recaptado pelos transportadores de dopamina (DAT) do neurônio pré-sináptico. Já a liberação tônica de dopamina ocorre espontaneamente, em quantidades mais baixas e está intimamente ligada à regulação dos níveis de dopamina no espaço extracelular, pois ela ativa auto-receptores nos neurônios pré-sinápticos, que ao serem ativados inibem a atividade da enzima TH e assim a transformação de tirosina em L-DOPA e esta em dopamina, ou seja, a liberação tônica atua na regulação das concentrações da dopamina e na regulação da liberação fásica também. Algumas drogas viciam pois elas se ligam aos DAT durante o uso e provocam um acumulo de neurotransmissores na fenda sináptica, após o tempo de atuação da droga esse acumulo hipersensibiliza os DAT, de modo que precisa-se de mais dopamina para um mesmo efeito. Assim, para o tratamneto do vício a liberação que mais interessa é a liberação fásica.

2) Porque a cafeína ajuda no emagrecimento? Cite ao menos duas enzimas envolvidas.

Resposta: A cafeína atua como uma antagonista da adenosina, no caso dos adipócitos ela atua com relação às enzimas Moscatel-O-metil-transferase e fosfodiesterase ativando a lipase, consequentemente aumnetando a mobilização das gorduras e ajudando no emagrecimento.

Camila Mariano e Rodrigo Kouzak

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

é melhor prevenir do que remediar.

Alô! Alô! Cabeçudas e cabeçudos, estudantes de biobio. Como é de senso comum, mas mesmo assim nem sempre levado em pratica, é melhor prevenir do que remediar. A má notícia é que, infelizmente, a diabetes tipo 1 não tem prevenção, isso porque esse tipo acontece por causa da destruição das células betas do pâncreas e não se sabe nem foi inventado nem um mecanismo que impeça esse “erro” genético dos indivíduos.

A boa notícia, atenção pessoas no grupo de risco, é que a diabetes tipo dois tem cura! Ótimo! Então, como prevenir o diabete? Poxa na teoria é muito simples. Mas, dependendo da pessoa, poderá haver uma mudança radical nos hábitos. Por exemplo: para se prevenir a diabetes é preciso praticar uma atividade física regular, manter uma dieta balanceada, ingerir pouco açúcar e comer bastantes fibras, não fumar, manter o peso normal, controlar a pressão arterial, e fazer exames regulares para medir a quantidade de açúcar no sangue. O problema é convencer uma pessoa sedentária a adotar essas medidas. Então se você tiver uma das seguintes características você está no grupo de risco, se ligue:
. Familiar com diabete tipo 2
. Muito acima do peso
. Já passou dos 40 anos
. Mulheres que deram à luz a bebês com mais de 4 quilos
. Pessoas que nasceram pesando de mais de 4 quilos.

É galerinha!Diabetes é tão sério (um dos maiores problemas de saúde mundial) que existe um dia mundial da prevenção e controle da diabetes veja nesse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=2RGO66x2zNs&feature=search

Abaixo um vídeo super legal que serviu como bibliografia e contem informações extras:
http://www.youtube.com/watch?v=CFSCR8oDmKk&feature=search
Atenção ao final do vídeo: programa “vale mais” – facilidade na comprar da medicação.

Bibliografia: http://sobretudo.org/problemas-de-saude-prevencao-contra-diabete.html

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Peptídeo C



Um fato pouco conhecido é que a insulina tem uma vida citoplasmática e extra celular muito curta, sendo assim seria impossível medir a quantidade de insulina presente no sangue. Entretanto, existem certos marcadores que podem nos ajudar nesse aspecto, o que torna os exames para a diabetes possíveis.


O mais importante desses marcadores é o peptídeo C. Exatamente por ter uma vida citoplasmática muito curta a célula armazena a insulina de forma indireta: é a pró-insulina, que é formada pela insulina ligada ao peptídeo C. Quando as células beta recebem os sinalizadores químicos adequados elas liberam na corrente sanguínea a pró-insulina que depois, já no sangue, se quebra em insulina e peptídeo C. Como o peptídeo C é liberado na mesma proporção que a insulina e tem uma “vida” maior ele pode ser medido nos teste, sendo assim um ótimo “marcador de insulina”.


Além de servir como marcador, pesquisas atuais indicam uma importância biológica para o peptídeo C:



"O peptídeo-C é uma molécula produzida e secretada em conjunto com a insulina pelas células beta do pâncreas (Figura 1) [1]. Apesar de ter sido identificado há quatro décadas, apenas nos últimos anos começaram a ser descobertas as funções biológicas do peptídeo-C, que passou a ser reconhecido como um hormônio endógeno capaz de prevenir e tratar as complicações crônicas do diabetes mellitus tipo 1 [2]. O estudo dos diferentes níveis estruturais do peptídeo-C humano é fundamental para o entendimento de sua atividade biológica (Figura 2). A partir dessas informações estruturais [3] o NUCEL está desenvolvendo moléculas análogas ao peptídeo-C, capazes de exercer funções benéficas no tratamento do diabetes (Figura 3). No NUCEL também estão sendo investigadas novas funções biológicas do peptídeo-C através de experimentos in vitro realizados com células e ilhotas pancreáticas humanas e de roedores e experimentos in vivo em modelos animais de diabetes mellitus tipo 1. Nossos resultados e outros relatos da literatura indicam que o peptídeo-C poderá vir a ser administrado em conjunto com a insulina em uma terapia do futuro para o tratamento do diabetes mellitus tipo 1."

Imagem e trecho retirados do site: http://www.usp.br/nucel/p_peptideo.htm




Apresentação

Então, finalmente tivemos nossa tão esperada apresentação! (Foi ontem) E apesar do nervosismo todo (até esquecemos de comentar algumas coisas), acredito eu que tudo deu certo no final e que as informações pertinentes foram bem passadas. Bom, mas as postagens não acabaram, ainda vamos comentar sobre algumas coisitas, principalmente sobre o que não conseguimos falar na apresentação. E vamos também deixar aqui os nosso painéis e esse foi o meu:





Um pouquinho sobre a apresentação:


Pré-diabetes:

A diabetes é uma doença muito perigosa pelo fato de ser silenciosa e de se relacionar com muiats outras doenças, além de trazer com ela muitas consequências danosas ao indivíduo. Entretanto, é bom ressaltar que apesar de a maioria dos pacientes só descobrir que tem diabetes quando o quadro clínico já é grave, a doença não acontece da noite pro dia, ela é resultante de um processo. Vendo assim, a existência de um estágio entre a normalidade e a diabetes não soa tão estranho. E é a esse estágio intemediário que chamamos pré-diabetes.


Na História Natural da Destruição Auto-imune das Células Beta (figura 1) que vem ao caso da DM tipo 1, dá para perceber que a destruição ocorre ao longo do tempo e grande parte do declínio da porcentagem de células beta ocorre no período da pré-diabetes. No caso da DM tipo 2, o período é caracterizado por uma insensibiliadade à insulina, note que é insensibilidade, não resistência. Nos exames de curva glicêmica temos como detectar a pré-diabetes, sendo que ela é referente à glicemia de jejum alterada e à tolerancia à glicose diminuida. Nos exames de jejum de oito horas no mínimo os valores para a pré-diabetes são da glicemia entre 100mg/dl e 125mg/dl, e após 2 horas na curva glicemica os valores são entre 140 e 199mg/dl. Acima desses valores, ou seja, a partir de 126 e 200 mg/dl inicia-se a zona da diabetes em si.


Assim, a pré-diabetes é de suma importância, afinal ela é detectável e também reversível ao passo que a diabtes em si não é reversível, por isso a grande importância de exames de rotina e do conhecimento de fatores e perfis de risco.


Perfis e Fatores de risco:


Existem muitos fatores e perfis de risco relacionados à diabetes, sobretudo ligados aos hábitos e estilos de vida das pessoas. Alguns que podemos citar são:

· Excesso de peso

· Colesterol Alto

· Hipertensão

· Doença cardiovascular

· Antecedente familiar

· Tabagismo

· Etilismo

Sedentarismo

Por exemplo: na obesidade, a chance de desenvolver a diabetes é 3x maior que de uma pessoa com o peso normal; pois o acúmulo de gordura, especialmente abdominal (ou visceral), provoca uma deficiência no número dos receptores de insulina, provocando uma resistência à insulina. Um fato interessante é que no cérebro/hipotálamo a insulina está associada à sensação de saciedade, ou seja, quando há resistência no cérebro ela causa obesidade e nos outros órgãos diabetes, além disso o excesso de insulina circulante inibe a lipólise e contribui para a obesidade. Ou seja, tanto a diabetes provoca obesidade e quanto a obesidade provoca diabetes.(essas informações são de uma linha de pesquisadores, pois o fato de que a diabetes pode causar obesidade ainda não está tão clara assim, mas o fato de que a obesidade é um fator de risco para a diabetes é comprovado);

Ou ainda a hipertensão que reprenta um risco altíssimo pra os diabéticos, tanto que cada aumento em 20mmHg na pressão arterial sistólica ou um aumento um aumento de 10 mmHg na pressão diastólica pode dobrar as chances de um evento cardíaco no diabético.

Ou também o etilismo, pois o álcool destroi os receptores de insulina e causa assim uma resistência à insulina que leva ao quadro da DM tipo II.

Consequências e doenças relacionadas:

Além desses perfis e fatores de risco que podem aumentar as chances do indivíduo ter diabetes, essa doença apresenta ainda muitas complicações, que geralmente estão relacionadas à hiperglicemia. Mas antes de tudo por que a hiperglicemia é tão nociva para o organismo se muitos dos tecidos principais utilizam exclusivamente a glicose como nutriente e em grande quantidade? Bom, existem 4 motivos:

· A glicose é um essencial contribuinte para a pressão osmótica no líquido extra celular, hiperglicemia=desidratação celular



· Perda da glicose pela urina



· Glicose na urina=diurese osmótica nos rins, depleção de líquidos e eletrólitos



· Lesões de alguns tecidos, principalmente vasos sanguíneos, que sofrem alterações estruturais e ficam com um aporte inadequado de sangue para os outros tecidos (riscos cardíacos, derrame, doença renal no estágio terminal e cegueira). Assim, as principais consequências da hiperglicemia são: neuropatia, nefropatia, retinopatia, complicações cardiovasculares como ataques cardíacos, derrames

Além da hiperglicemia, há também a cetoacidose que ocorre assim: a deficiência de insulina associada ao aumento dos hormônios contra reguladores resulta na diminuição da captação de glicose e na intensificação das vias de degradação, principalmente a lipólise. Tal via aumenta a concentração de ácidos graxos livres no organismo. Normalmente esses ácidos graxos seriam convertidos em triglicerídeos ou VLDL, porém a alta de glucagon altera o metabolismo hepático favorecendo a formação de corpos cetônicos.


O mais importante que quis passar com essas informações todas é que apesar de existir sim uma sucetibilidade genética associada à doença, ela também está ligada a fatores externos que na maioria das vezes podem ser evitados se mudarmos os nossos hábitos e estilos de vida. Já está na hora da sociedade mudar de mentalidade, ao invés de esperarmos ficar doentes para mudar, deveríamos mudar para não ficarmos doentes!!!

domingo, 8 de agosto de 2010

Diabetes Mellitus gestacional




O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez,geralmente, entre a 24ª e a 28ªsemana. Surge em 4% das gestantes e pode evoluir para DM tipo II em 40-50% dos casos, nos cinco anos seguintes à gestação.
Mudanças metabólicas durante a gestação, que podem desencadear DMG ou piorar o controle glicêmico das mulheres já diabéticas, parecem estar relacionadas com o aumento dos níveis de hormônios na gestação. Estes aumentariam a resistência periférica à insulina e podem ser estrógenos, progesterona, cortisol, prolactina e lactogênio placentário humano.

Fatores de risco para diabetes gestacional
· Idade superior a 25 anos
· Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez
· Deposição central excessiva de gordura corporal
· História familiar de diabetes em parentes de primeiro grau
· Baixa estatura
Planejamento pré-concepção
A orientação sobre os riscos da gravidez tanto para mãe quanto para o feto deve ser oferecida a todas as mulheres portadoras de diabetes em idade reprodutiva.
A principal causa de morbidade e mortalidade perinatal, após a descoberta e uso da insulina, é o aumento nas malformações congênitas. Se o controle metabólico no momento da concepção não estiver idealmente compensado, o risco de malformações aumenta 3 a 6 vezes em relação a mulheres não diabéticas. A hiperglicemia tem efeito tóxico para o feto, principalmente no período de organogênese, que ocorre quase que completamente até a 7ª semana de gestação. Além do risco de malformações, os abortamentos espontâneos acontecem com maior freqüência em mulheres com diabetes não compensado.
Complicações obstétricas
Mulheres com diabetes na gravidez têm risco aumentado de complicações médicas e obstétricas, tais como hipertensão, parto prematuro, infecções do trato urinário e em outros locais, doença periodontal, parto por cesariana e trauma obstétrico. A prevalência de pré-eclâmpsia é relatada em torno de 10% a 20% nas gestantes com diabetes.
Na ausência de complicações, mulheres diabéticas com um bom controle metabólico podem aguardar a evolução espontânea para o parto até o termo.
Tratamento pós-concepção
Necessidade de insulina durante a gestação
Durante uma gravidez normal, a progressiva resistência à insulina provoca um aumento mantido nos níveis de insulina em jejum até o parto. Essa resistência seria conseqüência de uma diminuição de 44% na sensibilidade à insulinal
. A média de aumento na necessidade de insulina durante a gestação em mulheres com diabetes pré-gestacional é 114% comparada com 50% de aumento nos níveis de insulina numa gravidez normal. Esse aumento correlaciona-se diretamente com o ganho de peso materno durante as semanas 20 a 29 de gestação e peso pré-gestação.
A necessidade de insulina aumentada é significativamente maior nas pacientes com diabetes tipo 2 que nas do tipo 1. A diminuição nas necessidades de insulina durante o segundo e terceiro trimestre da gravidez pode sugerir morte fetal intra-uterina.
Dieta e Exercício Físico
As recomendações gerais dietéticas para gestação devem ser seguidas nas mulheres com DG. Como conseqüência do consumo constante de glicose da mãe pelo feto, e a tendência à formação de corpos cetônicos, devem ser evitados períodos de jejum de mais de 4 a 5 horas.
As prescrições de dieta devem ser individualizadas e modificadas na evolução da gravidez. Adoçantes artificiais não calóricos (aspartame, a sacarina, acesulfame-K e neotame) podem ser utilizados com moderação.
Recomenda-se que o ganho de peso durante a gestação seja de 7 a 16 kg, dependendo do peso da gestante prévio a gravidez. A restrição da quantidade de carboidratos a 40% do total de calorias pode ser útil na obtenção de glicemias pós-prandiais adequadas.
Atividades físicas poderão ser mantidas durante a gravidez, porém com intensidade moderada, desde que não existam contra-indicações obstétricas.

Parto
As gestantes com ótimo controle metabólico e que não apresentem antecedentes obstétricos de morte perinatal, macrossomia, ou complicações associadas, como hipertensão, podem aguardar a evolução espontânea para o parto.
No parto programado, a gestante deve permanecer em jejum, a insulina NPH suspensa, e uma solução de glicose deve ser administrada, com controle horário da glicemia capilar. As necessidades de insulina diminuem no trabalho de parto devido ao período de jejum e ao aumento da utilização de glicose. Durante o trabalho de parto, a glicemia deve ser mantida em níveis próximos ao normal (70 a 120 mg/dL).
Pós-parto
Observar os níveis de glicemia nos primeiros dias após o parto. Orientar a manutenção de uma dieta saudável. A maior parte das mulheres não mais requer o uso de insulina. O aleitamento natural deve ser estimulado e, caso ocorra hiperglicemia durante esse período, o tratamento deve ser com insulina .
A tolerância à glicose deverá ser reavaliada a partir de 6 semanas após o parto com glicemia de jejum ou com o teste oral com 75 g de glicose (TOTG), dependendo da gravidade do quadro metabólico apresentado na gravidez.
Complicações fetais
A prevenção de complicações perinatais é o principal objetivo do diagnóstico e tratamento da intolerância aos carboidratos na gestação e DG. Se o diabetes existia prévio à gestação, há o risco aumentado de abortamentos espontâneos e malformações fetais. O DG aumenta a ocorrência de macrossomia, distócias, aspiração de mecônio, hipocalcemia, hipomagnesemia, hiperbilirrubinemia, policitemia, hipoglicemia e morte neonatal.
A suplementação de ácido fólico deve ser utilizada para prevenção de malformações do tubo neural e outras, podendo ser usado desde o período periconcepção até a 6ª semana de gestação.
Malformações mais freqüentes relacionadas ao DM-1
Organogênese Semanas de gestação
· Síndrome de Regressão Caudal 3
· Situs inversus 4
· Anencefalia 4
· Espinha bífida ou defeitos no SNC 4
· Anomalias renais:
· Agenesia 5
· Rim cístico 5
· Duplicidade de ureter 5
· Anomalias cardíacas:
· Transposição de grandes vasos 5
· Defeito no septo ventricular 6
· Defeito no septo atrial 6
· Atresia ano-retal 6

Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.phppid=S000427302001000500010&script=sci_arttext&tlng=en
http://www.diabetesebook.org.br/novo/modulo-4/35-tratamento-do-diabetes-gestacional-eda-gestante-com-diabetes
livro Boglio Patologia, 7ª Ed, autor Geraldo Brasileiro Filho, editora Guanabara Koogan



sábado, 7 de agosto de 2010

Diabetes insípida -- Uma diabetes diferente


A diabetes insípida é uma doença rara que tem pouco em comum com a diabetes melito. A palavra diabete tem origem grega e significa literalmente "passagem através", uma alusão a diurese excessiva, sintoma comum dos diversos tipos de diabetes.
"O primeiro relato de diabetes data do ano 70 D.C. e descrevia doentes que apresentavam grandes volumes de urina (poliúria) associada a muita sede. Porém, foi somente no século XVII que se descobriu que havia dois tipos diferentes de diabetes. Um associado a excesso de glicose no sangue (hiperglicemia) e outro não. estabeleceu-se então os diabetes meliitus e o diabetes insípidus." (fonte: http://www.mdsaude.com/)
A diabetes insípida não tem relação com insulina, receptores GLUT ou hiperglicemia. O problema é a deficiência do hormônio antidiurético (ADH), também conhecido como vasopressina ou argipressina. Esse hormônio estimula a absorção de água nos rins, o que concentra e reduz a urina. a vasopressina atua nos néfrons, favorece a abertura das aquaporinas o quê torna as células dos túbulos distais e túbulos coletores mais permeavéis à água. Outra ação do ADH é ativar a sede essas duas ações evitam a desidratação do indivíduo.
O ADH é produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. Ou seja, o problema genético relacionado à diabetes insípida pode estar nas glândulas responsável pelo hormônio (diabetes insípida central), ou pode estar nos rins onde estão os receptores do hormônio (diabetes insípida nefrogênico). Portanto, não ha relação com as células betas do pâncreas assim como a diabete melitos.

Os diabéticos insípidos que não tem acesso à água ou por alguma maneira não podem beber água o tempo inteiro correm o severo risco de desidratação. Mas, aqueles que podem beber muita água só possuem uma inconveniência: as constantes idas ao banheiro.

Há tratamento tanto para diabetes insípida central quanto para nefrogênica. Estes estão exemplificados no site abaixo



quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Coisas que acontecem na Diabetes e Exames que levam ao seu Diagnóstico


Ontem, ao conversar com uma paciente (não minha, pois sou apenas estudante), me deparei com a seguinte questão: ela sabia exatamente o básico que todos sabem. Ela mesmo me disse que o diabético não pode comer doce para não aumentar o nível de glicose no sangue, mas se esse nível baixar muito deve-se ingerir um doce para aumentar a quantidade de volta para o normal. Ai ela me concluiu que o nível de glicose no sangue é como uma balança, que deve ser mantida constante. Ai ela disse que a hiperglicemia era prejudicial ao corpo. Eu concordei com ela. Foi então que veio a grande pergunta: porquê? O que me deixou surpreso é que depois de vários anos, indo em vários médicos, nenhum a explicou como a hiperglicemia afeta a pessoa. Por isso, esse post tem o objetivo de clarear algumas coisas que acontecem na diabetes.

No mundo químico tudo busca o equilíbrio. Um exemplo disso é a osmose: quando existem dois sistemas em contato porem com concentrações de sais, eletrólitos diferentes, a água tende a ir do meio menos concentrado para o mais concentrado de modo a tentar diluir o mais concentrado e igualar as concentrações.

No nosso corpo, em situação normal, as células possuem bastante glicose, que será usada por elas para obter ATP. Nessas condições normais a concentração de glicose no sangue é menor do que nas células e por isso a água irá sair do sangue e entrar na célula.

Já no caso da hiperglicemia, a concentração de glicose no plasma sanguíneo vai estar muito aumentada de modo que chega a ser maior que da célula. Por isso, a água vai fazer o caminho inverso: vai sair da célula. E isso danifica muito a célula podendo levar a sua morte por desidratação.

Como as células vão estar perdendo água o sistema nervoso irá interpretar que o indivíduo está se desidratando e estimular a sede, para repor a água perdida. Por isso um dos sintomas da diabetes é a sede excessiva. Com o maior consumo de água, obviamente, o volume de urina ira acompanhar esse aumento (outro sintoma observável na diabetes). Além disso, a grande quantidade de glicose no sangue vai estimular a dilatação da arteríola aferente e a contração da contração da arteríola eferente no glomérulo, de modo que a filtração do sangue no rim irá aumentar. Na normalidade, toda a glicose que fosse filtrada para o rim seria reabsorvida para a corrente sanguínea. A urina normal não possui açúcares. Porém, na diabetes a concentração de glicose é tão grande que o rim não consegue reabsorver tudo para a corrente sanguínea, de modo que glicose será expelida na urina, o que será um indicativo de falência renal (conseqüência avançada da diabetes).

Com todo esse volume de água aumentado no sangue, sua pressão nos vasos sanguíneos ira aumentar também, causando hipertensão. Se essa hipertensão for muito forte, pode ocasionar acidentes vasculares como um AVC.

O fato relevante que acontece é que junto com a saída de água da célula ocasionada pela hiperglicemia acaba saindo, também, potássio de dentro da célula. E a entrada de potássio para a célula é estimulada pela insulina. Entretanto, se o indivíduo está com hiperglicemia é porque a insulina esta baixa o suficiente para não conseguir colocar a glicose para dentro das células e não vai conseguir estimular a volta do potássio para a célula. E sem esse potássio as funções eletrolíticas das células ficam desreguladas; principalmente a condução de impulsos nervosos fica desregulada. E o aumento da concentração plasmática de potássio causa arritmia cardíaca (concentrações muito elevadas podem causar parada ou fibrilação cardíaca).

Para tentar reparar isso o rim irá aumentar a excreção do potássio. Por isso, após algum tempo o potássio disponível no corpo será diminuído. Se um paciente estiver internado em um hospital por uma crise diabética ele deverá receber 3 medicamentos:

- Insulina: para regularizar a glicose no sangue.

- Algum medicamento para abaixar a pressão, para evi

tar acidentes vasculares.

- Suplementação de potássio: para repor o potássio perdido e garantir que tenha potássio para entrar na célula.

Irei comentar, agora, os métodos usados pelos médicos para diagnosticar a diabetes. Geralmente são usados 3 testes principais para confirmar o diagnostico. São eles: a glicemia em jejum, a hemoglobina glicada e a curva glicêmica.

Glicemia. É uma dos exames mais usados tanto para diagnosticar a diabetes quanto para o controle diário do diabético. Esse exame é feito medindo-se a quantidade basal de glicose no sangue, isto é, a quantidade de glicose no sangue do indivíduo ao acordar, com pelo menos 8 horas de jejum. É importante que esse valor esteja na média normal para garantir que o corpo está tendo sucesso em regular a glicose sanguínea, deixando-a o mais constante possível.


A figura acima mostra um exemplo de exame da glicemia de um diabético e os valores de referência adotados pela associação americana de diabetes.

Nesse exame, valores abaixo de 70 mg/dL indicam a hipoglicemia, que também é importantemente perigosa por não possuir glicose no sangue suficiente para alimentar as células, principalmente do tecido nervoso, que só produzem energia a partir de glicose.

Valores até 99 mg/dl são os considerados normais.

De 100 a 125 mg/dl o paciente é considerado como intolerante à glicose. Esse é um intervalo essencialmente importante pois ele indica que se os habitos de via atuais forem mantidos o indivíduo irá virar diabetico. Porém, nesse intervalo, em grande parte das vezes, é possivel evitar ou adiar o desenvolvimento da doença, por meio de mudança na alimentação e pratica de exercícios. É nesse momento em especial que dever ser maçivamente empregadas medidas preventivas.

Valores acima de 126 mg/dl indicam ao diagnostico da diabetes mellitus. O paciente deve fazer o uso da insulina e controlar a alimentação de modo a controlar esses valores e prevenir os males trazidos pela doença.

Curva glicêmica. Geralmente, após o exame da glicemia o médico pede a curva glicemica para confirmar o diagnóstico. O exame tem a finalidade de medir a eficiencia da captura de glicose pelo individuo. O paciente coletará a glicemia basal, feito isso, ele irá ingerir 75g de glicose e 2 horas após, ele medirá novamente a quantidade de glicose no sangue. A curva glicemica clássica faz o acompanhamento de 30 em 30 minutos. Geralmente também são medidos os níveis de insulina no sangue. O gráfico abaixo mostra a curva esperada em uma pessoa normal e em uma diabética.

Numa pessoa normal, quando a glicose entra na corrente sanguínea a insulina vai ser rapidamente estimulada e liberada pelo pâncreas de modo a colocar a glicose para dentro das células. Em 2 horas a taxa de glicose sanguínea já deve estar em seu valor normal. No caso do diabético isso não acontece, a insulina é insuficiente por isso a concentração da glicose no sangue irá subir muito mais e demorar muito mais a voltar ao normal.

Nesse exame, o valor normal é ate 140 mg/dl após duas horas da ingestão da glicose. Qualquer valor da curva acima de 200 mg/dl levam ao diagnóstico de diabetes mellitus. Vale ressaltar que esse exame não deve ser feito por pessoas que já são diagnosticadas como diabéticos pois a alta quantidade de glicose ingerida pode ser altamente perigosa e danosa. A tabela abaixo mostra os valores de referência para esse exame de acordo com o Consenso Brasileiro de Diabetes de 2002.

Hemoglobina Glicada. Esse é um termo genérico que se refere ao conjunto de substâncias formadas com base na relação entre hemoglobina e alguns açúcares. A utilizada no teste de diagnóstico de diabetes é a hemoglobina glicada propriamente dita, que possui uma hemoglobina ligada a uma glicose por uma ligação estável e irreversível, a HbA1c ou A1C.

Com o passar do tempo, a glicose vai ser ligando com a hemoglobina. Se nesse tempo a concentração de glicose plasmática se manteve constantemente alta terá grande porcentagem de hemoglobina glicada. Já se essa concentração foi constantemente baixa por muito tempo, a porcentagem de hemoglobina glicada também será pequena. Dessa maneira é possível saber se nos últimos 2 a 4 meses a concentração de glicose no sangue foi baixa ou alta.

A hiperglicemia prolongada provoca o desenvolvimento de lesões irreversíveis que afeta os olhos, rins, nervos e os vasos sanguíneos, como discutido anteriormente. O gráfico abaixo mostra a relação entre a porcentagem de hemoglobina glicada e o risco dessas complicações.

Em pessoas normais, a porcentagem da hemoglobina glicada esta entre 1 e 4%. Porém, valores até 6,5% ( ou 7% de acordo com algumas associações) são considerados normais. Acima disso, o diagnóstico é de diabetes.

Com base em dois estudos, foi feita um tabela que relaciona a porcentagem de hemoglobina glicada com a média da concentração da glicose no sangue mantida nos últimos 2 a 4 meses. A tabela está mostrada abaixo:

Essa tabela é importante para que o médico e o paciente acompanhem como está sendo o controle da glicose realizado pelo paciente e ver se foi eficiente e continuar ou mudar o tratamento. E diagnosticar diabetes de acordo com a concentração de glicose plasmática dos últimos tempos. Um exemplo de exame de um diabético esta mostrado abaixo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Errata? Atualização de conceitos!

Algo muito comum na ciência é que ao passar do tempo descobrem-se coisas novas e conceitos antigos são revistos através das novas perspectivas, pois bem, quanto a diabetes não poderia ser diferente. Então aqui vai algo “novo”:

O conceito de diabetes melito como insulino dependente e não insulino dependente, já discutido aqui, é uma abordagem da diabete que está caindo em certo desuso. Mesmo? Não exatamente, por questões históricas o conceito permanece sendo bastante utilizado, mas já foi questionado por consensos de diabetes e é certamente algo que precisa ser revisto.

E por que o conceito está errado? Não podemos falar que ele está de todo errado. Na verdade, é fato que a DM tipo I tem como causa a falta da insulina e portanto os pacientes afetados por ela devem tomar insulina no tratamento; também é fato que o tipo II produz insulina e que o problema vem dos receptores (vejam a explicação melhor no post próprio de cada tipo), mas vocês já observaram que apesar disso quem tem diabete melito tipo II também toma insulina? Pois é, apesar do corpo produzir insulina no tipo II, pode ocorrer uma hipercompensação, o corpo começa a produzir mais insulina para ver se aumenta a captação da mesma pelas células, mas essa hiperatividade é desgastante para o pâncreas que não aguenta e assim não consegue mais produzir insulina com tanta eficiência; outra possibilidade é que não haja essa hipercompensação, mas então para o tratamento utiliza-se da insulina pelo mesmo fato que o corpo inicia a hipercompensação, ou seja, tenta-se melhorar a eficiência na captação de glicose, claro que esse tipo de tratamento só é de alguma valia para os pacientes que possuem alguns receptores de insulina funcionais, além de também não ser o primeiro passo tomado no tratamento.

E como fica a nova abordagem? A nova tendência é classificarmos as diabetes melito somente como tipo I e tipo II mesmo.