Já comentamos um pouco sobre as diabetes melitos tipo I e tipo II, mas aqui vai uma informação extra: a DMI (conhecida como juvenil) corresponde a cerca de 10 a 20% dos casos de DM, a DMII (conhecida como tardia) corresponde a cerca de 80-90%, mas existe também a diabete melito gestacional (que terá um post separado) e o que muitos não sabem é que existe ainda um tipo mais raro que corresponde a mais ou menos 5% dos casos de diabetes melito: um tipo de diabete não-insulino-dependente conhecido como juvenil de início tardio e falaremos mais sobre ela agora.
Como já falamos, a diabete melito tipo I é resultado da deficiência absoluta de insulina devido a supressão das células beta, por isso ela é insulino dependente (para seu tratamento o paciente precisa receber insulina do meio externo já que ele não consegue produzi-la). Assim como a DMI a DM juvenil de tipo tardio é insulino dependente, por isso muitos autores a classificão como um subtipo de DMI. Há porém, uma diferença significativa entre as duas, pois no caso da juvenil de início tardio a doença é resultado de uma herança autossômica dominante e manifesta-se por uma discreta hiperglicemia. O que isso significa? Em português simples significa que o problema é genético e que quem tiver algum parente próximo que possuí a doença deveria checar em algum laboratório clínico se você também não a tem.
E nos pacientes o que acontece? Bom, normalmente a doença é assintomática nos jovens e por isso a importância de fazer o exame caso algum parente próximo tenha a doença. Mas existem relatos de manifestações clínicas, principalmete quando há infecções. Além disso, as alterações na curva de tolerância à glicose podem flutuar bastante e por muitos anos antes do início da hiperglicemia de jejum persistente. O peso dos pacientes pode ser normal e não há percepção de mecanismos imunitários ou de resistência periférica à insulina.
Quanto aos defeitos genéticos que são a causa da doença anida não se sabe muito, pois são muitos os defeitos que podem à insuficiência de insulina. Mas aí vão alguns exemplos conhecidos: mutações nos fatores nucleares hepáticos HNF-1 ou HNF-4 ou glicocinase etc.
Enfim, é importante ressaltar que esse tipo de diabete é raro, mas é de herança dominante, portanto, o mais importante é lembrar que se você tem algum parente próximo que possui essa doença você deve fazer o exame para saber se você também tem. Um diagnóstico precoce leva a um tratamento mais eficiente.
Fonte: livro Bogliolo Patologia, 7 ed., do autor Geraldo Brasileiro Filho, da editora Guanabara Koogan
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