A hipertensão arterial não é uma consequência da diabetes, mas sim uma doença relacionada a ela. E como tal é um "determinante crítico do desenvolvimento e progressão das complicações macrovasculares e microvasculares do diabetes mellitus", a hipertensão no diabético pode chegar a dobrar o risco de acidentes vasculares ou cardíacos, além de estar relacionada à nefropatia, retinopatia e cardiomiopatia diabética.
Mas como o diabetes se relaciona com a hipertensão? De acordo com o ebook recém lançado da SBD:
Causas freqüentes de HAS secundária em diabéticos:
- Apnéia Obstrutiva do Sono (AOS): sua prevalência na população é de 4% em homens e 2% nas mulheres, mas aumenta conforme o excesso de peso, comumente presente no DM tipo 2. Seus sintomas são de sonolência diurna, roncos e gasping noturnos e cefaléia matinal. Em hipertensos, uma circunferência cervical maior que 38 cm já indica risco ao menos intermediário da AOS (7). A polissonografia confirma o diagnóstico. O tratamento com Pressão Positiva Contínua em vias aéreas (CPAP) parece levar a melhora nos controles da PA.
- Hiperaldosteronismo primário: causa freqüente de HAS secundária. Uma maior prevalência de resistência insulínica, elevações glicêmicas e síndrome metabólica tem sido relatada. O tratamento anti-hipertensivo convencional é menos eficaz do que o tratamento específico do hiperaldosteronismo.
- Doença renovascular: estenose crítica (maior 70%) de artéria renal ocorre em 17% dos hipertensos com DM 2 e pode ser associada à HAS e à nefropatia isquêmica. Pacientes com HAS refratária, insuficiência renal com proteinúria mínima, hipocalemia, assimetria renal ou aumento de mais de 50% nos níveis de creatinina com o uso de inibidores da enzima de conversão de angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina 2 (BRA) devem ser investigados (1, 3).
Simplificando, além das causas citadas acima há grande relação entre o diabetes e a hipertensão pois ela está ligada à obesidade, que ocorre de forma muito frequente na população diabética (principalmente de DMII).
Sendo assim, os principais tratamentos são:
· Uso de medicamentos para baixar a pressão
· E mais importante, mudança do estilo de vida
A mudança do estilo devida pode ser mais difícil, mas é o tipo de tratamento no qual se vê mais resultados. Entre essas mudanças estão: redução de peso para quem tem IMC acima de 25; adoção de dietas que contenham muitas frutas, vegetais e lacticínios pobres em gordura; fazer atividades físicas regularmente; consumir pouquíssimo álcool (no máximo 30 mL diários para homens e no máximo 15 mL diários para mulheres e pessoas de baixo peso); reduzir a quantidade de sal (sódio) consumida.
E, é claro, devemos ressaltar que normalmente os dois tratamentos são utilizados em conjunto, sendo que a mudança do estilo de vida traz aumento da eficiência do outro tratamento, mas que em alguns casos não resolve o problema sozinha. A mudança é um tratamento recomendado para todos os pacientes. E como podemos perceber muitos pontos dessa mudança deveriam ser seguidos por todos nós, diabéticos ou não.
Claro que as dicas dadas aqui são importantes, mas acima de tudo a melhor recomendação de todas é consultar um médico de sua confiança e realizar os exames certos, afinal cada um de nós tem um metabolismo próprio que precisa da dieta correta, atividade física na taxa correta, etc.
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